Ruptura biográfica, trajetórias e habitus: a miséria do mundo é um câncer
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Como Citar

MONTAGNER, M. I., & MONTAGNER, M. Ângelo. (2011). Ruptura biográfica, trajetórias e habitus: a miséria do mundo é um câncer. Tempus – Actas De Saúde Coletiva, 5(2), Pág. 193–216. Recuperado de https://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/975

Resumo

Dentro da saúde coletiva, em especial a saúde da mulher, a prevenção do câncer de mama é tarefa fundamental e urgente, pois é a segunda causa mortis dentre as neoplasias. O câncer de mama transfigura-se ao confluir com as desigualdades sociais na sociedade brasileira, pois a detecção costuma ser difícil, demorada e depende de acesso a exames e consultas. Além disso, os fatores socioculturais têm papel decisivo na procura e no tratamento da enfermidade. Trata-se de uma pesquisa realizada com mulheres portadoras de câncer de mama, dependentes exclusivamente do atendimento médico público, em um hospital dedicado ao atendimento de doenças de alta complexidade, em Brasília - DF, Brasil. O objetivo central foi compreender o processo social de adoecimento e seus impactos na vida destas mulheres. Como marco teórico, empregamos o conceito de ruptura biográfica de Michael Bury, relacionando sua proposta com o conceito de habitus e trajetória social de Pierre Bourdieu. Utilizouse a técnica da entrevista focada de Merton, com uma amostra de oito mulheres. Encontramos e analisamos os pontos centrais da ruptura biográfica das mulheres, dentro das trajetórias sociais e das condições sociais deste grupo primário. Eles consistem em três dimensões. A primeira dimensão engloba o processo de descoberta e obtenção do diagnóstico, com o impacto simbólico que ele causa. A segunda refere-se ao sofrimento e aos problemas humanos e sociais gerados pelo tratamento. A terceira é a reelaboração da identidade e a reinserção social. Em todos os momentos encontramos estratégias pessoais e de grupo para fazer frente à enfermidade.
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